É muito comum observarmos pessoas que se identificam com outros doentes. Pode ser mesmo o caso de crianças. Vejamos esta pequena história.
Minha mãe estava internada em um hospital para fazer um tratamento quimioterápico, logo que iniciou a quimioterapia aqui no Brasil, os pacientes ficavam internados para o devido acompanhamento.
Era próximo ao Natal e meu filho de 1 ano e meio teve a permissão para visitar a avó para a alegria de ambos. Crianças não eram liberadas para visitas.
Preparei-o dizendo que ela estava na cadeira de rodas por estar com problemas nas pernas.
No saguão do hospital ele estava ansioso para ver a avó. Ficou olhando e fazendo mil perguntas a ela. Ela respondia, sorria e os dois estavam alegres por se encontrarem.
Logo que ela retornou ao quarto e nós fomos pegar o carro. Então notei que ele estava mancando puxando por uma das perninhas. Perguntei-lhe:
– O que aconteceu com sua perna? E, ele respondeu:
– Ela está dodói.
E, assim permaneceu por mais ou menos três dias. Não comentávamos mais nada para não agravar a situação e logo passou.
Logo percebi que eram imitações inconscientes da doença da avó.
Uma neurose fóbica passageira que se deslocou para o mundo exterior, implicando uma projeção. Todo perigo interno é projetado para fora e a pessoa defende-se do perigo.
Essa situação de doenças reais por outra pessoa torna-se significativa para o paciente. Ele não tem nada, mas identifica-se com o outro.
Você conhece algum caso parecido?
Pode me contar?
Roseli Bacili Laurenti