Enfrentar O Desconhecido Dentro De Nós

O desejo de saber e o não saber na construção do conhecimento: psicanálise articulação possível com outras áreas?

Para todos os que trabalham com Psicanálise é comum encontrarmos vivências de situações onde se faz necessário a intervenção individualizada do sujeito de acordo com suas necessidades e o seu desejo de saber e o não saber.

Como atendê-los com um olhar específico voltado à necessidade especial de cada caso?

“É no grupo que aprendemos a conviver com o outro e com esse difícil aprendizado de lidar com as diferenças: diferentes ideias, concepções, opções de relacionar o próprio pensamento com o do outro, e a construir o conhecimento do grupo (generalizável) a partir do pensamento (socializado) de cada um”. – Madalena Freire, 1997

A construção do conhecimento envolve exercício permanente do pensar, escutar, ler, escrever, estudar, agir.

Na escuta do outro, analisamos, o nosso próprio pensar, a nossa comunicação.

Nos leva a pensar sobre o que sabemos, o que não sabemos e no que nos falta para apropriarmos do conhecimento. E, ao enfrentarmos esse “desconhecido” somos instigados a buscar cada vez mais, nosso saber.

Para aprender é necessário um Desejo.

É necessário alguém a nos ensinar. Um educador?

Sim, educador disposto a alterar sua forma de conceber o processo de aprendizagem.

Esse processo não é linear, nem contínuo. É um processo multifacetado, com bruscas transformações e até paralisias.

O processo de aprendizagem inclui também a não-aprendizagem, fazendo parte deste, todos os seres humanos.

O saber e o não saber estão estritamente vinculados, portanto, o processo de aprendizagem do ponto de vista educacional, apresenta de um lado a aprendizagem e do outro a não-aprendizagem.

Com base na psicanálise, dentro do sujeito há uma luta entre o desejo de saber e o desejo de não saber que se refletem tanto no plano consciente quanto no inconsciente.

Como sanar essas dificuldades principalmente no âmbito escolar?

Sabemos que os problemas de aprendizagem recaem sempre na criança.

Segundo Patto, o ponto de partida dos problemas de aprendizagem, traduzidos como fracasso escolar, está nas relações que se estabelecem no interior do cotidiano escolar.

Podemos apontar vários fatores, a maneira como os pais e a escola aborda, a diferença social, o desencontro das linguagens, a não escuta ao professor às questões levantadas.

Ficarmos discutindo o fracasso escolar, as dificuldades sociais, não faz com que elimine o aluno que fracassa. Portanto, devemos criar instrumentos, refletirmos, para que possamos lidar adequadamente com o problema levantado.

Seria a divisão entre o cognitivo e o emocional que afasta o aluno da verdadeira aprendizagem?

A psicanálise ajudaria na superação dessa dicotomia?

Pode o educador ajudar nessa busca peculiar de aprender ou de não aprender?

Os educadores podem ser ajudados pelo psicanalista para melhor desempenhar seu papel?

Nossa resposta é sim. A escuta apurada e as intervenções corretas são de grande ajuda.

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